tag:blogger.com,1999:blog-252591552024-03-14T01:01:31.645-03:00O que conta de novo?André Souzahttp://www.blogger.com/profile/09133044551768757000noreply@blogger.comBlogger10125tag:blogger.com,1999:blog-25259155.post-20986205741506281052011-07-19T10:30:00.000-03:002011-07-19T10:31:21.486-03:00O PrincípioNo princípio Era o Verbo, e o Verbo Estava junto a Deus, e o Verbo Era Deus. E Ele Viu o Rosto na água do lago e O Reconheceu. E então Correu até Mim, e Grunhiu, Apontando para o lago. Fui até lá, e Vi. Era Eu quem Estava no Lago. Ele se Aproximou e então Entendi. Nós Estávamos no dentro lago, Nós Éramos Nós. Nós Éramos. E assim, Nasceu o Verbo.<br /> Tivemos alguns problemas no início. Todos Queríamos Ser. E Éramos. Outros Estavam por fora e sempre se Confundiam entre Ser e Estar. Alguns visionários associavam Ser e Ter, e por fim, Disseram que Eram eles quem Tinham os meios. Uns, mais revolucionários, não se Contentavam em apenas Ser, e sim Tornar-se. Estes logo Tornaram-se proscritos e Foram Fundar uma dinastia atrás de um muro. Afinal, eles também Sentiam medo daqueles que Tinham a força. Fora isto, não Existiam muitos problemas. Até que um dia alguém Chegou Gritando “Eu Minto!”. E Era verdade.André Souzahttp://www.blogger.com/profile/09133044551768757000noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-25259155.post-82253423652715280582008-12-26T15:40:00.004-02:002008-12-26T20:34:46.562-02:00Apenas uma PalavraUm amigo me falou de uma banda alemã <a href="http://www.wirsindhelden.com/">Wir sind Helden</a> e o primeiro clipe que apareceu foi o da Música "<a href="http://www.youtube.com/watch?v=CVmXgOQNtNQ">Nur Ein Wort</a>"... A letra parece que foi escrita diretamente pra mim...Embaixo segue uma tradução bem "mais ou menos" para o português que, como não sei alemão, foi feita a partir de uma tradução para o Inglês (Original e tradução para o inglês=> <a href="http://earthlingsoft.net/ssp/blog/2005/07/wir_sind_helden_in_english#5901">Just one word</a> )<br /><br /><br />"Apenas uma Palavra<br /><br />Eu vejo que você pensa<br />Eu penso que você sente<br />Eu sinto o que você quer<br />Mas Eu não escuto você, Eu<br /><br />Tomei emprestado um dicionário<br />Gritei de A a Z no seu ouvido<br />Eu “pincei” mil palavras confusas<br />Que peguei de sua “capa de livro” (OK. Não consegui traduzir, pois não sei alemão pra pegar o contexto... ”Sleeve” é tanto luva quanto capa de livro)<br /><br />E aonde você quer ir<br />Eu estou me agarrando em suas pernas<br />(“tradução da tradução direta: “ Se você tem que estar caído em sua própria boca, por que não na minha”. Trata-se de um provérbio, que não faz nenhum sentido mesmo em Alemão... Poderia significar figurativamente: Se você nunca fala, por que não falar comigo ou talvez até mesmo me beijar???... Não sei”” Se ele não sabe, nem eu ;-))<br /><br />Oh, Por favor, me dê apenas um “oh”<br />Por favor, me dê apenas um “oh”<br />Por favor, me dê apenas um “oh”<br />Por favor, me dê apenas um<br />Por favor, me dê apenas uma palavra<br /><br />É loucura como você permanece em silêncio<br />Como você inclina sua cabeça bonita<br />E desta maneira oferece ruidosamente para todo mundo e para mim<br />Seu ombro gelado<br /><br />Seu silêncio é sua barraca<br />Você a põe no meio do mundo<br />Aperta os laços e maravilha-se<br />Mudo<br />Quando uma garota tropeça nela à noite<br /><br />Aos seus pés estou falando [pondo a mim mesma em risco /arriscando o meu pescoço]<br />Eu quero produzir grandes ondas<br />Em suas águas profundas<br />[provérbio: “Stille Wasser sind tief” = Águas tranqüilas correm nas profundezas, significando que pessoas silenciosas/discretas têm muito a dizer/oferecer. Então, se ela quer produzir ondas nas águas dele, então significa que elas não são mais silenciosas, então ou ele fala ou descobre-se que ele não tem nada a dizer! Que fora!]<br /><br />Oh, Por favor, me dê apenas um “oh”<br /><br />Em meu sangue as endorfinas<br />Estão formando bolhas<br />Quando atrás de seus silenciosos<br />Olhos de lebre pensamentos estão competindo "<br /><br />Um tapa na minha caraAndré Souzahttp://www.blogger.com/profile/09133044551768757000noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-25259155.post-54688145384680661672008-10-23T13:32:00.004-02:002008-10-23T13:40:36.767-02:00Esta foi a homenagem aos ausentes que fiz, na ocasião de minha formatura em Informática<br /><br />"<br />Homenagem aos Ausentes<br /><br />Queríamos que estivessem aqui, assistindo da platéia...Talvez chorando, como muitos dos presentes que daqui vejo..talvez sorrindo...Depois, nos abraçaríamos...talvez como pais e filhos, talvez como amigos...<br />Mas a vida tem destas coisas, vocês sabem. Vocês tiveram que ir para outro lugar...<br /><br />Afinal, Ausência e saudade são os sentimentos essencialmente humanos. Mesmo Deus, apesar de sua onisciência, com toda a sua onipresença jamais poderia realmente entender o que é ausência.”<br /><br />Pois Deus quis que vocês despertassem do sonho chamado “vida”, para que pudessem observar o nosso sono, e para que nós aprendêssemos aquilo que nem mesmo Ele conhece...Ausência. Pena que , para nós, é sempre cedo demais para este despertar..<br /><br />Mas quero pensar em ausência, saudade como que um poema de Carlos drummond de Andrade, que lerei (reproduzo) agora<br /><br /><br />-Poesia –Carlos Drummond de Andrade<br />Ausência<br /><br />Por muito tempo achei que a ausência é falta.<br />E lastimava, ignorante, a falta.<br />Hoje não a lastimo.<br />Não há falta na ausência.<br />A ausência é um estar em mim.<br />E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,<br />que rio e danço e invento exclamações alegres,porque a ausência,<br />essa ausência assimilada,ninguém a rouba mais de mim. (Carlos Drummond de Andrade)<br />_________________________________________________________<br />Pois sabemos que, enquanto nos lembrarmos deles, eles sempre estarão, pelo vazio que sentimos, presentes em nossos corações.<br /><br />Agradecemos aos ausentes pela vida, pelo apoio, pelo exemplo. Obrigado por terem feito parte das nossas vidas, mesmo que por um breve período. Obrigado por tudoAndré Souzahttp://www.blogger.com/profile/09133044551768757000noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-25259155.post-1149461490463626262006-06-04T19:36:00.000-03:002006-06-04T19:53:20.333-03:00Da série..nada a ver<div style="styleDocument: [object]"><a href="http://photos1.blogger.com/blogger/5306/2525/1600/urubu_sol.jpg"><img style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/5306/2525/200/urubu_sol.jpg" border="0" /></a><br /><span style="font-size:130%;"><strong style="styleDocument: [object]"><span style="styleDocument: [object];color:#33cc00;" >O Urubu Lateralizado</span></strong><br /></span><br />Urubu que Corre de Lado<br />veio correndo pela estrada.<br />Lateralmente conheceu<br />Rapidamente na calçada<br />Um Gato Chat Chateado<br />Discutindo com uma Jamanta desenfreada<br />A falta de um “Desolé” da desembestada.<br /><br />Urubu que Corre de Lado<br />Veio correndo pela estrada.<br />Diagonalmente passou pelo buraco<br />Penas sujaram-se no charco<br />Fedendo como um sovaco<br /><br />Urubu que Corre de Lado<br />Veio correndo pela estrada.<br />A meio caminho se estrepa<br />Numa estripulia de uma Pedra Careca<br />E de repente se envereda<br />Para fora da estrada<br />E cai de cara prostado.<br /><br />Urubu que Corre de Lado<br />Que vinha correndo pela estrada<br />Agora está caído na praia.<br />Bico na areia,<br />Olho na toca alheia,<br />A Ave conhece<br />Um siri que vagueia<br />“Siri Sirigaita Seriema Serigüela,<br />A seu dispor, meu senhor.”<br />“Vendemos Gato por lebre<br />Vaca com febre,<br />Gambás que não fedem,<br />Papo de jacaré amarelo<br />Tinta Amarelo-jaca verde-sangue<br />Gnomos de mangue,<br />Anões de jardim,<br />Anteras de quintal,<br />Glutões de quindim<br />E etc e tal”<br />Falou-lhe o crustáceo,<br />Oferecendo psitacídeo por galináceo.<br /><br />Urubu que corre de lado<br />Com a cara atolada<br />Que de bobo não tem nada<br />Corre dali apressado<br />Pois pra quem come calango,<br />Urubu é frango.<br />E assim finda a jornada<br />À beira da estrada<br />O Urubu que corre de lado<br />Ao lado do umbu,<br />Descansa parado o papo<br />Papeando e papando<br />Um repasto de papo de pato<br />Empapado em um jornal papal<br />Enquanto o gato “chat” chateado<br />Chateia e xaropa com o papo<br />Pássaros que passam passeando<br />Pela ladeira da ladina raposa<br />Que lapeia pela trilha pastosa.<br />No pasto em que lapeia-se os burros,<br /><br /><br />Urubu que corre de lado<br />Está voltando pela estrada<br />Reencontra a Pedra Careca<br />E coloca musgo em sua testa<br />Fica a rocha pronta pra festa.<br /><br />Passa adiante e vê o buraco,<br />Limpa c’as penas o charco<br />Relembrando o siri velhaco<br /><br />Encontra o Gato Chat Chateado<br />Ainda praguejando na estrada<br />Dizia que a jamanta que o fizera chato,<br />Casou-se lesbianamente com uma carreta<br />E o deixara achatado,<br />Vociferando “Diable!”.<br />“Excuse moi, je ne parle pas Français”<br />Disse o Urubu pelo canto da boca<br />arrastando para canteiro<br />O gato chato e chateado.<br />E pela tangente<br />Seguiu mais um bocado.<br /><br />E assim acaba o poema,<br />Sem citar nem uma ema</div><div style="styleDocument: [object]">E nem usar uma trena</div>André Souzahttp://www.blogger.com/profile/09133044551768757000noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-25259155.post-1147631349441890782006-05-14T15:14:00.000-03:002006-05-14T15:29:09.453-03:00Escapismo<div style="styleDocument: [object]"><a href="http://photos1.blogger.com/blogger/5306/2525/1600/kyrameg_brincando.jpg"><img style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/5306/2525/320/kyrameg_brincando.jpg" border="0" /></a><br /><div style="styleDocument: [object]"><span style="styleDocument: [object];color:#ff0000;" ><strong><span style="styleDocument: [object]">Esta</span> historinha</strong></span> começou a ser escrita momentos antes de uma palestra corporativa. Já conhecendo previamente o assunto (na verdade “como” o assunto seria abordado, o que faz uma grande diferença quanto prestar ou não a atenção em uma reunião...) e não querendo simplesmente sentar no fundão e carimbar o passaporte para o mundo dos sonhos, escrevi esta história para “escapar” da reunião, sem constranger o palestrante. Começou assim:<br /><br />“Um cachorro andando pela rua encontra uma peça de roupa suja que não foi lavada em casa...” Taí um bom começo para uma história escapista, mas vamos melhorar mais um pouco: Imaginemos que tanto o cachorro quanto a roupa falam, só que o cão “ladra” em alemão e que a roupa, talvez por culpa da moda, talvez por causa de quem a usava, “fedesse” em francês.<br />Imaginemos também que o cão seria um pastor alemão, cujo dono era um diplomata e por um motivo qualquer estava solto na rua, que havia um gato siamês suíço na cena, “miante fluente” em francês e em alemão (pelo menos era o que o bichano alegava...) e gentilmente se portou como intérprete, apesar dos protestos do cachorro. Acho que, depois destas ressalvas, podemos continuar.<br />Continuando: “O cachorro encontra a peça de roupa suja. A roupa estava tão suja e fétida que qualquer ser humano normal sentiria o mal-cheiro dela a 100 metros de distância. Logo, podemos imaginar que tipo de impropérios o cão soltou ao distraidamente esbarrar o nariz no trapo sujo. A roupa, é claro, se sentiu ofendida e “gentilmente” respondeu algo parecido (era uma roupa muito boca-suja), embora não tenha entendido exatamente o que o cachorro falou (é de senso comum que não é necessário saber alemão para entender um xingamento em alemão, mesmo que tenha sido dito na realidade um elogio. Já em francês, é uma tarefa um tanto complicada. Quem já ouviu bandas de heavy-metal ou hip-hop francês e coisas do gênero sabe o quanto fica estranha a “suposta” agressividade... ô lingüinha fresca). Obviamente, o cachorro não entendeu nada do que a roupa falou e ficou com cara de ponto de interrogação. Nisto, um gato que acompanhava a cena, por acaso “dono” de um embaixador vizinho ao dono do cachorro, resolveu entrar em cena. Não sei por que cargas d’água o gato entrou na história (talvez para tirar uma com o cão, sei lá), mas graças a ele a história pôde continuar sem que o cachorro continuasse com cara de tacho nem resolvesse estraçalhar a roupa”.<br />(Pausa para o coffee-break). É importante fazer esta pausa, antes de continuarmos o escapismo e a história.<br />Por que é importante esta pausa? Bom, como este texto começou a ser escrito durante uma palestra, reunião, dinâmica de grupo, o diabo que for, e estes sempre têm uma pausa (como todos os suplícios da vida, sempre é feita uma pausa para que o “torturado” não se acostume com o tormento e torne a “tortura” ineficaz), achei interessante que este texto escapista também fizesse uma pausa.<br />Voltando à história:<br />“O gato traduziu literalmente o que a roupa disse para o cachorro (na verdade, a roupa só disse um “O mesmo de você!” atravessado, mas alguém aqui acha que o gato ia perder a oportunidade de sacanear o cachorro? Bom, não vou dizer o que o gato realmente disse por ser impróprio para o horário, mas posso garantir que ele traduziu perfeitamente o que a roupa quis dizer...). O cachorro pensou em estraçalhar o gato, mas este foi mais rápido, apresentou os documentos e o lembrou que era membro de corpo consular e que se algo acontecesse com ele, o cachorro teria sérios problemas. Um grupo de ratos que passava por ali resolveu fazer platéia para assistir a briga, embora nenhum deles entendesse o que o cão, a roupa e o gato diziam. O cão respirou fundo (praguejou mais uma vez contra a roupa), tentando se acalmar. A roupa respondeu novamente o cachorro (o gato traduziu do jeito dele), os ratos começaram a atiçar o cachorro (embora este não entendesse o que eles diziam) e a coisa foi ficando cada vez mais feia”.<br />“Nisto, apareceu um pato filósofo que, ao ver a multidão, resolveu tentar acabar com a briga. O pato fez o mais formidável discurso pela paz de todos os tempos, capaz de levar às lágrimas o próprio Diabo. Uma pena que nem o Diabo, nem mesmo os ratos, o gato, o cão e a roupa entendiam esperanto”.<br />“Um corvo americano que voava por ali resolveu parar e assistir a discussão. É um mistério (talvez não tão misterioso assim) o que passou na cabeça do corvo, só se sabe que ele saiu murmurando alguns números e com uma calculadora financeira debaixo do braço. Seguiu ele uma pomba inglesa, depois de “ter feito caquinha” em cima do pato. Talvez fosse um caso de amor antigo, quem sabe”?<br />O fim da história foi seguinte:<br />O cão sacudiu e rasgou a roupa, e, em seguida, deitou em cima. A pomba se casou o corvo, o gato se mudou para um cofre suíço junto com os dólares que o corvo ganhou com a briga (parece que ele organizou apostas e cobrou ingresso) e os ratos voltaram aos seus afazeres, tendo que trabalhar dobrado para pagar o que deviam para o corvo.<br />“E o pato? Bom, o pato assinou um contrato com o corvo para escrever um livro sobre a paz, que seria traduzido para o inglês por alguma anta letrada. No fim, o livro ficou muito diferente do original, mas foi um sucesso de vendas. Como o corvo não pagou os direitos autorais do pato e este não tendo dinheiro para pagar dívidas, foi fazer um “bico” em um restaurante. Acabou servido com laranja”.<br />Surpreso com o final? Esta foi uma simples história de um cão que encontra um trapo na rua, o sacode e deita por cima. Nada mais. Podemos concluir que a palestra foi um sucesso, com todos os ouvintes babando uns nos ombros dos outros e um doido varrido escrevendo garranchos sobre um cão que encontra uma roupa, fazendo com que o palestrante pensasse que pelo menos alguém prestou atenção e fez anotações. E tem gente que vai achar este tema ótimo para dinâmicas de grupo (não!!!). </div></div>André Souzahttp://www.blogger.com/profile/09133044551768757000noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-25259155.post-1147043726519540532006-05-07T20:13:00.000-03:002006-05-07T20:15:26.526-03:00Lorem ipsum dolor<div style="styleDocument: [object]"><span style="color:#ff9900;">Lorem ipsum dolor<br /></span><br />Lorem ip sum do lor<br />Nelore ístmico do odor.<br />Lopes si fumô dotô<br />Lore it’s sum honor.</div><div style="styleDocument: [object]"> </div><div style="styleDocument: [object]"> </div>André Souzahttp://www.blogger.com/profile/09133044551768757000noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-25259155.post-1146415241932029572006-04-30T13:39:00.000-03:002006-04-30T13:40:41.943-03:00O ponto<div style="styleDocument: [object]"><br /><span style="styleDocument: [object];color:#000000;" ><strong>Era uma vez um ponto.</strong></span> Um ponto comum em um lugar comum de uma comunidade comunista comum em que toda a legislação e regras de suas leis anárquicas eram criadas e cumpridas por um único ponto, que era ele mesmo. Era apenas um ponto recolhido à insignificância pontual de sua unicidade. Era uma época feliz, onde não haviam impostos, sogras, chefes, empregados, cunhados, genros, ladrões, políticos, e ninguém chegava atrasado por causa de trânsito. Primeiro, porque não existia lugar algum para se chegar. Segundo, porque não havia trânsito. E terceiro, porque não existia nem tempo para se poder chegar atrasado.<br /></div><div style="styleDocument: [object]">Certa vez, pouco antes de o tempo nascer, o ponto pensou e constatou que existia. E, ao constatar isto, percebeu que não significava nada. Mas nada era amplo e, por só existir ele e nada, se achou importante, mesmo sendo tão insignificante, pois pelo menos era alguma coisa.<br />Se achando importante, pensou que nada era nada a não ser vazio e começou a andar. Cada passo que andava, nascia um outro ponto. E ao continuar andando, deixou de ser ponto e se tornou reta. Mudou de direção e se tornou curva. Curvando, viu aquele bando de pontos e resolveu que iria seguir aquela linha até encontrar seu início. Achou que deveria dar o nome do início de Futuro, por não achar nome melhor e por não ter o que fazer. Chegando ao início, verificou o Futuro era também um ponto.<br /></div><div style="styleDocument: [object]">Isto o apavorou. Sabia que a única coisa que o tornava importante era ser único. Então ele comeu o Futuro. Olhou e viu que sempre havia um outro ponto no lugar do início. Pior, que existia milhares de pontos atrás deles, os quais chamou de Passado. Neste momento, o Tempo nasceu. O ponto se apelidou de Presente, para se manter diferente e resolveu comer todos os outros pontos, Passados e Futuros. Mas conforme andava, o Passado surgia no seu lugar e o seguia. Correu atrás do Futuro que, apavorado com a voracidade do Presente, correu em todas as direções. E pra cada Futuro que o Presente devorava, havia milhares de outros Futuros nos quais o Presente jamais poderia alcançar.<br /></div><div style="styleDocument: [object]">Então, o Presente passou a escolher qual Futuro iria devorar, mesmo que às vezes tivesse que engolir um Passado como aperitivo.<br /></div><div style="styleDocument: [object]">Agora, por que estou contando esta história? Por nada, porque estou escolhendo que futuro devorar? Nada. Só escrevi esta história porque existem sogras, chefes, empregados, cunhados, genros, ladrões, políticos, e um puta trânsito que me torram a paciência a cada momento que passa e principalmente por ter nada para fazer. Acho que preciso procurar o que fazer antes que me torne escritor.</div>André Souzahttp://www.blogger.com/profile/09133044551768757000noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-25259155.post-1146414249524135792006-04-30T13:20:00.000-03:002006-04-30T13:24:09.526-03:00Cara alegria,<div style="styleDocument: [object]"><a href="http://photos1.blogger.com/blogger/5306/2525/1600/lirio.jpg"><img style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 171px; CURSOR: hand; HEIGHT: 120px" height="169" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/5306/2525/320/lirio.jpg" width="242" border="0" /></a><br /><div style="styleDocument: [object]"><span style="styleDocument: [object];color:#33cc00;" ><em style="styleDocument: [object]">Minha cara alegria,</em></span><br />O que você diria<br />Se eu dissesse que te chamaria<br />Para simplesmente ouvir<br />Um lírio declamando poesia?<br /><br />O que você faria<br />Se eu te chamasse um dia<br />Para escutar as pedras a espreguiçar,<br />Enquanto a noite finda,<br />E não nasce o dia?<br /><br />Mas não pergunto.<br />Não falo<br />Me escondo em mim mesmo<br />Dentro de um castelo de pedra e gelo<br /><br />Imaginando como seria,<br />Se eu te amasse um dia,<br />Enquanto choro por dentro<br />E por fora rio.<br /><br />Meu nome em grego é coragem,<br />Mas ao te ver,<br />É tudo que me falta,<br />E de grego, viro tupi, sem o acento.<br />E agouros tristes choro<br />Na antítese de teu nome, alegria<br /><br />Sem julgamentos,<br />Sem medo.<br />Antes que me tranque novamente<br />Em uma casa de areia e névoa<br />Escondida em meu pensamento,<br />Inconstante como o vento<br />Pergunto eu, timidamente,<br />Se eu poderia gostar de você,<br />Minha cara Alegria.<br /><br /><br /> </div></div>André Souzahttp://www.blogger.com/profile/09133044551768757000noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-25259155.post-1145139165605008522006-04-15T18:48:00.000-03:002006-04-18T18:46:27.396-03:00O anjo<div style="styleDocument: [object]"><a style="styleDocument: [object]" href="http://photos1.blogger.com/blogger/5306/2525/1600/anjo.jpg.w300h400.jpg"><img style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 194px; CURSOR: hand; HEIGHT: 274px" height="283" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/5306/2525/320/anjo.jpg.w300h400.jpg" width="197" border="0" /></a><br /><div style="styleDocument: [object]"><a style="styleDocument: [object]" href="http://photos1.blogger.com/blogger/5306/2525/1600/anjo%20triste.jpg"></a><div style="styleDocument: [object]"><span style="styleDocument: [object];color:#000000;" ><strong>Acordei</strong></span> em um lugar escuro. Lembro muito pouco de como fui parar ali. Só lembro de “ter visto duendes", puras alucinações em sentido, como um cachorro rosa gritando “Um dia as velas se apagam!”, mortes madrinhas, vacas lambidas azuis... Algo que tomei na noite anterior com certeza não me fez bem... “Fosse o que fosse já deve ter passado”, pensei eu. O quarto em que estava era palidamente iluminado pela luz de uma pequena janela no alto... Depois que meus olhos se acostumaram com a escuridão, tentei entender onde estava e passei a observar o quarto. </div><div style="styleDocument: [object]"> </div><div style="styleDocument: [object]">Foi então que o vi... Havia um anjo de asas negras encolhido junto à parede. Não entendi bem por quê um anjo de asas negras... Afinal, todos sabem que anjos possuem asas brancas. O fato é que ele estava ali, naquele canto, e tinha asas negras. E por mais que eu negasse, dissesse a mim mesmo que ele não existia e não quisesse vê-lo, ele estava ali. Tratei-o como uma outra alucinação qualquer, ou qualquer coisa sem importância do dia-a-dia, já que se anjos “normais” não existem, de asas negras então... </div><div style="styleDocument: [object]">Foi então que ele levantou o rosto. Carregava uma expressão de tanto ódio, tão puro ódio, que teria feito flores murchar apenas com o olhar. Senti um enregelar na espinha, e os membros paralisados... Sabia que não era real, mas era algo tão ameaçador, tão amedrontador que fiz a única coisa que podia fazer... Gritei. Senti o som de minha voz ecoar nas paredes, e tal ressôo soou como um berro de uma alma atirada aos penhascos infernais... Embora eu ainda tivesse a certeza de que estava vivo. </div><div style="styleDocument: [object]"> </div><div style="styleDocument: [object]">Foi neste momento que ele me encarou, com aquela expressão odiosa... Duvidei de que estava vivo...Minto. Desejei estar morto... Pior, tive a certeza de que fora atirado com vida ao inferno. E ele continuou a me encarar... E eu me encolhi no canto oposto. Medo. Tal palavra de quatro letras nunca teve tanto significado para mim naquele momento, embora jamais saiba como definir o que se passou... Durou pouco mais que um segundo na eternidade. Eu sabia que era uma alucinação. Tinha que ser uma alucinação! Tentei em vão me distrair com qualquer coisa, a de FORMA ALGUMA ENCARÁ-LO... Mas por mais que tentasse, mais sentia aquele olhar odioso penetrando nas profundezas de minha mente...como se eu fosse a única razão de tal cólera tenebrosa, como se eu fosse a pessoa mais odiada do universo...</div><div style="styleDocument: [object]"> </div><div style="styleDocument: [object]">E eu o odiei por isto. Encarei-o. Encarei-o com a mesma expressão encolerizada, com a mesma repulsa, com a mesma face intimidadora... Mas só foi neste instante em que vi o seu rosto, em que olhei-o nos olhos...o anjo estava chorando. Ele estava chorando desde o início, e tal rosto encolerizado era justamente pela minha indiferença aos seus ... </div><div style="styleDocument: [object]">—Parece que ele está mais calmo agora— disse uma voz. </div><div style="styleDocument: [object]">—Vamos tirá-lo daí e levá-lo para uma cela comum—disse outra voz. </div><div style="styleDocument: [object]">—Sim, mas vamos dar-lhe mais uma dose de calmante, só pra garantir. —respondeu a primeira voz. </div><div style="styleDocument: [object]"> </div><div style="styleDocument: [object]">Uma porta se abriu e a luz externa iluminou o quarto. Era uma cela acolchoada, usada para colocar loucos violentos ou agitados. Fui arrastado pela camisa-de-força (daí minha paralisia...) que estava vestindo por dois enfermeiros. (“Viu o jogo do Fruzão ontem?” “Pô, mó pênalti roubado no finalzinho” comentavam os enfermeiros). A cela completamente estava vazia, com exceção uma única pena negra. “Aos meus inimigos, àqueles que tanto odeio sequer meu ódio, somente minha indiferença.” Pensava eu, antes de adormecer sob efeito do calmante. </div></div></div>André Souzahttp://www.blogger.com/profile/09133044551768757000noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-25259155.post-1144021552810799122006-04-02T16:20:00.000-03:002006-04-08T18:56:07.740-03:00Estátuas<div style="styleDocument: [object]"><a style="styleDocument: [object]" href="http://photos1.blogger.com/blogger/5306/2525/1600/acid-rain-stone-erosion-of-statue-1-AJHD.4.jpg"><img style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 180px; CURSOR: hand; HEIGHT: 205px" height="186" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/5306/2525/320/acid-rain-stone-erosion-of-statue-1-AJHD.4.jpg" width="180" border="0" /></a><br /><span style="styleDocument: [object];font-size:130%;color:#006600;" ><strong style="styleDocument: [object]"></strong></span></div><div style="styleDocument: [object]"><span style="styleDocument: [object];font-size:130%;color:#006600;" ><strong style="styleDocument: [object]"></strong></span> </div><div style="styleDocument: [object]"><span style="styleDocument: [object];font-size:130%;color:#006600;" ><strong style="styleDocument: [object]">Conta-se</strong></span> esta história, retirada de qualquer paisagem etérea, de um poeta perdido em algum lugar remoto da face da Terra, e certo mal e agonia que o teria acometido. Talvez a paisagem não fosse não tão remota assim. De fato, poderia ter sido em qualquer lugar, e poderia ser descrita de qualquer maneira pela mente já doentia do poeta. Mas minhas observações não interessam, uma vez que sou apenas um mero observador externo, sentado na janela observando a paisagem etérea criada pelo poeta para ser sua própria masmorra. E cada um entenda esta história à sua maneira, contada em poesia e escrita em prosa ou vice-versa.<br /></div><div style="styleDocument: [object]">Havia uma pessoa naquele canto.<br />Encostada na pedra cantando aos prantos<br />Versos que não significavam tanto.<br /><br />Como poderia chorar tanto<br />Em um dia ensolarado numa praça,<br />Com crianças sorrindo como encanto<br />Casais enamorados abraçados<br />Fossem eles idosos ou jovens apaixonados<br />Curtindo um dia cheio de graça?<br /><br />Puro engano,<br />Dizia ele que não estava chorando.<br />“Estátuas não choram.”<br />Recitava o poeta insano.<br /><br />E ele falava sobre cães atropelados,<br />Sobre abutres e condenados,<br />Pontos, retas e nada,<br />E de “mas”, nada.<br /><br />E falava da tundra e da neve,<br />E de ventos frios,<br />De gelo, tempestades, neblinas,<br />E de sol, calor, temperaturas amenas,<br />Praias, verões, desertos, mares, rios,<br />E por fim gritava, como se fosse sua sina:<br />“Estátuas não Choram!!!”<br /><br />E retornava ao lamento,<br />Rindo das desditas<br />Disfarçando a alma entristecida.<br />E saiu, palidamente sorrindo.<br />Disse ainda, por um último momento:<br />“Estátuas não choram”.<br /><br />E na névoa ele se foi.<br />Ainda escuto seu lamento moribundo, “Estátuas não choram”...<br />E depois de tanto tempo, cada vez que escuto o ressoar deste verso (e como ainda ressoa, meu Deus!), entendo afinal que mal acometia o poeta.<br />É bem verdade que estátuas parecem não chorar. São frias, imóveis, impassíveis... Mas elas choram. Só choram quando chove, para que suas lágrimas escorram disfarçadas sobre seus rostos com as águas da chuva (seria também tais águas o choro de alguém?). Algumas continuam a chorar depois da chuva, apesar do rosto insensível, deixando perceber ao menos as marcas das lágrimas. <br />O poeta sabia mais que ninguém sobre isto. E era esta sua desgraça. Esqueceu como amar, como odiar, como sorrir, como chorar,... e isto até as estátuas sabiam. O poeta perdera o que lhe era mais caro. O poeta perdera a poesia...</div>André Souzahttp://www.blogger.com/profile/09133044551768757000noreply@blogger.com0