segunda-feira, fevereiro 10, 2025

O Urubu Lateralizado" (Revisado)




Urubu que Corre de Lado

veio correndo pela estrada.

Lateralmente conheceu

Rapidamente na calçada

Um Gato Chat Chateado

Discutindo com uma Jamanta desenfreada

A falta de um “Desolé” da desembestada.


 Urubu que Corre de Lado

Veio escorrendo pela estrada. 

Diagonalmente passou pelo buraco

Penas sujaram-se no charco

Fedendo forte, qual sovaco 



Urubu que Corre de Lado

Veio escafedendo pela estrada. 

Mas que meleca!

A meio caminho se estrepa

Numa estripulia de uma Pedra Careca

 E de repente se envereda

Para fora da estrada

E cai de cara prostrado. 


Urubu que Corre de Lado

Que vinha correndo pela estrada

Agora está caído na praia.

Bico na areia,

Olho na toca alheia,

A Ave conhece

Um siri que vagueia

“Siri Sirigaita Seriema Seriguela, A seu dispor, meu senhor.”

“Vendemos Gato por lebre

Vaca com febre,

Gambás que não fedem,

Papo de jacaré amarelo

Tinta Amarelo-jaca verde-sangue

Gnomos de mangue,

Anões de jardim,

Anteras de quintal,

Glutões de quindim

E etc e tal”

Falou-lhe o crustáceo,

Oferecendo psitacídeo por galináceo.



Urubu que corre de lado

Com a cara atolada

Que de bobo não tem nada

Se empirulita dali apressado 

Pois pra quem come calango,

Urubu também é frango.


E assim na manhã

Sua jornada se acaba

Sem nenhuma romã 

À beira da estrada, 

Mas com jabuti comendo jabuticaba. 



O Urubu que corre de lado

Está adormecendo na Estrada 

Ao lado do umbu, repousa o papo 

Papeando e papando

Um fino repasto de papo de pato,

rabo de sapo,

e sapato de rato, 

Empapado em um jornal papal,

Com bula e bulaço e um sermão moral.

Enquanto o gato “chat” chateado

Chateia e xaropa com o papo

Pássaros que passam passeando

Pela ladeira da ladina raposa

Que lapeia pela trilha pastosa.

No pasto onde lapeiam-se os burros,



Urubu que corre de lado

Está voltando pela estrada

Reencontra a Pedra Careca

E lhe coloca um musgo em sua testa

Ficando a rocha pronta pra uma festa. 

 Passa adiante e vê o buraco,

Limpa c’as penas o charco

Relembrando o siri velhaco

 Reencontra o Gato Chat Chateado 

Ainda praguejando na estrada

Dizia que a jamanta que o fizera chato,

Fugiu fazendo careta

Com a amante que era uma carreta,

 Correndo feito o capeta.

E o deixara achatado, miando “Diable!”. 

“Excuse moi, je ne parle pas Français”

Grasnou-lhe o Urubu um tanto zombeteiro 

 E o arrastando ao faceiro canteiro, 

O gato chato e chateado,

dá-lhe um banho enlameado

e o enfastiado fica relaxado. 

Apressado de repente,

pela tangente 

Urubu sartou de lado

e se foi mais um bocado,

Despedindo-se de todos, educado.


E assim, na rua ao lado, 

Se acaba o poema,

Sem medir com trena

Nem citar nenhuma ema,

Mas mesmo sem saber com que fado

O urubu foi premiado,

Se sabe de fato

Que não é só siri que anda de lado