domingo, junho 04, 2006

Da série..nada a ver


O Urubu Lateralizado

Urubu que Corre de Lado
veio correndo pela estrada.
Lateralmente conheceu
Rapidamente na calçada
Um Gato Chat Chateado
Discutindo com uma Jamanta desenfreada
A falta de um “Desolé” da desembestada.

Urubu que Corre de Lado
Veio correndo pela estrada.
Diagonalmente passou pelo buraco
Penas sujaram-se no charco
Fedendo como um sovaco

Urubu que Corre de Lado
Veio correndo pela estrada.
A meio caminho se estrepa
Numa estripulia de uma Pedra Careca
E de repente se envereda
Para fora da estrada
E cai de cara prostado.

Urubu que Corre de Lado
Que vinha correndo pela estrada
Agora está caído na praia.
Bico na areia,
Olho na toca alheia,
A Ave conhece
Um siri que vagueia
“Siri Sirigaita Seriema Serigüela,
A seu dispor, meu senhor.”
“Vendemos Gato por lebre
Vaca com febre,
Gambás que não fedem,
Papo de jacaré amarelo
Tinta Amarelo-jaca verde-sangue
Gnomos de mangue,
Anões de jardim,
Anteras de quintal,
Glutões de quindim
E etc e tal”
Falou-lhe o crustáceo,
Oferecendo psitacídeo por galináceo.

Urubu que corre de lado
Com a cara atolada
Que de bobo não tem nada
Corre dali apressado
Pois pra quem come calango,
Urubu é frango.
E assim finda a jornada
À beira da estrada
O Urubu que corre de lado
Ao lado do umbu,
Descansa parado o papo
Papeando e papando
Um repasto de papo de pato
Empapado em um jornal papal
Enquanto o gato “chat” chateado
Chateia e xaropa com o papo
Pássaros que passam passeando
Pela ladeira da ladina raposa
Que lapeia pela trilha pastosa.
No pasto em que lapeia-se os burros,


Urubu que corre de lado
Está voltando pela estrada
Reencontra a Pedra Careca
E coloca musgo em sua testa
Fica a rocha pronta pra festa.

Passa adiante e vê o buraco,
Limpa c’as penas o charco
Relembrando o siri velhaco

Encontra o Gato Chat Chateado
Ainda praguejando na estrada
Dizia que a jamanta que o fizera chato,
Casou-se lesbianamente com uma carreta
E o deixara achatado,
Vociferando “Diable!”.
“Excuse moi, je ne parle pas Français”
Disse o Urubu pelo canto da boca
arrastando para canteiro
O gato chato e chateado.
E pela tangente
Seguiu mais um bocado.

E assim acaba o poema,
Sem citar nem uma ema
E nem usar uma trena

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